Existe uma ilusão sobre o sucesso: sua ideia vai se tornar milionária e sua empresa será bem-sucedida, basta persistir, seguir em frente e trabalhar pesado. Porém, quando a empresa mostra os primeiros sinais de enfraquecimento e os boletos chegam, grande parte desiste de empreender.
No Brasil, 80% das novas empresas fecham nos primeiros dois anos. No segundo negócio, apenas 34% resistem, de acordo com dados do Sebrae. Falhar na primeira tentativa é a regra. Na segunda, também. E ótimos empreendedores ficam no caminho.
O meu primeiro negócio, junto com meu sócio e amigo, Fernando Montera Filho, também era uma ideia de milhão. Importávamos eletrônicos e vendíamos no...
[Leia mais]Existe uma ilusão sobre o sucesso: sua ideia vai se tornar milionária e sua empresa será bem-sucedida, basta persistir, seguir em frente e trabalhar pesado. Porém, quando a empresa mostra os primeiros sinais de enfraquecimento e os boletos chegam, grande parte desiste de empreender.
No Brasil, 80% das novas empresas fecham nos primeiros dois anos. No segundo negócio, apenas 34% resistem, de acordo com dados do Sebrae. Falhar na primeira tentativa é a regra. Na segunda, também. E ótimos empreendedores ficam no caminho.
O meu primeiro negócio, junto com meu sócio e amigo, Fernando Montera Filho, também era uma ideia de milhão. Importávamos eletrônicos e vendíamos no Mercado Livre. Como fomos um dos primeiros do país a trazer MP3 chinês para o Brasil, chegamos a ser um dos maiores vendedores do marketplaces. No entanto, a concorrência cresceu, à margem diminuiu e a burocracia aumentou. Logo, quebramos pela primeira vez.
Com os erros da operação, decidimos abrir uma consultoria, para ajudar os maiores vendedores de marketplace a decolar as vendas. Nossa empresa tinha poucos clientes e mensalidades altas. Quando a economia brasileira começou a ruir, a inadimplência nos levou à falência novamente.
O fracasso da consultoria nos mostrou que, sim, era preciso ajudar os vendedores de marketplace, mas com uma solução econômica, escalável e prática para o dia a dia do vendedor. Naquela época o segmento de e-commerce crescia no Brasil e essa era a nossa aposta de ouro. Surgiu então a Becommerce, um software para organizar os pedidos do e-commerce, otimizar as vendas e facilitar o atendimento dos clientes. Em cinco anos de operação, nos tornamos a maior plataforma para gestão de vendas em marketplaces da América Latina – adquirida recentemente pelo grupo Mercado Livre por R$ 36,5 milhões.
O que aprendi nesses anos? A continuar empreendendo, sempre! A aprender com os erros e a dar a volta por cima. Nessa trajetória, aprendemos muito e se eu pudesse dar dicas valiosas para quem acha que tudo está perdido, logo no primeiro tombo, elas seriam:
Comece trabalhando com aquilo que conhece
Quando você trabalha com algo que já conhece e entende a fundo, o negócio se desenvolve com base em suas habilidades, o que aumenta suas chances de sucesso e elimina gastos com assistência externa. Estar familiarizado com o segmento já é um trunfo na manga.
Falhar é uma oportunidade para começar de novo, com mais experiência.
Se depois de muito trabalho, esforço e um tanto de dinheiro seu negócio não deu certo, não pense que está na hora de desistir. No mundo do empreendedorismo, destacar a falha é bastante comum e, ao contrário do que você possa imaginar, é perfeitamente possível criar soluções para problemas que fizeram você cair anteriormente.
Lembre-se muitos que te amam ficarão contra você
Quando terminei a universidade, meus amigos prestaram concurso e muitos tornaram-se advogados, juízes, promotores, delegados, ganhando um excelente salário enquanto eu ainda estava tentando me firmar como empreendedor. Isso não pegou nada bem na minha família. Lembro como se fosse ontem o dia que minha mãe me acordou a “vassouradas” falando para eu parar de vender “bugigangas” pela internet.
Estas histórias são importantes para mostrar que nem sempre pessoas que te amam ficarão do seu lado. Você deve ser humilde em ouvir as críticas, mas jamais desistir de investir no seu negócio em razão disto.
As melhores oportunidades podem estar dentro de casa
Faça uma análise mais aprofundada no setor, identifique os “gargalos” que todos os envolvidos enfrentam diariamente no negócio que atua e busque viabilizar soluções. Além de resolver seus próprios problemas, você pode passar a vender a solução para os concorrentes. Essa é uma estratégia que pode ajudar diversos empreendedores: se eu estou passando por isso na minha empresa, é bem provável que mais gente também esteja.
Invista em tecnologia e inovação
É inegável que a tecnologia tem tornado o dia a dia mais eficiente e facilitado a vida dos profissionais e de empresas e é uma grande aliada para aqueles que precisam otimizar tempo e aumentar a produtividade no trabalho.
A Becommerce foi pensada assim: ela oferece soluções acessíveis para ajudar no gerenciamento das vendas de lojistas na internet. Uma das ferramentas disponíveis permite responder todas as dúvidas dos clientes 24 horas por dia – sem intervenção humana. Além disso, o sistema monitora o preço da concorrência e diminui o valor dos seus produtos automaticamente, caso outro vendedor faça alguma alteração.?
Seja espartano com os gastos desde o começo
Toda empresa opera com uma equação básica: seu lucro é o resultado de sua receita menos os seus gastos. Portanto, controlar os gastos da sua empresa permite canalizar o dinheiro para as iniciativas que farão seu negócio crescer, principalmente no início do negócio, momento em que há pouco retorno para quem investe.
Faça um estudo de todas as despesas, identifique gastos desnecessários e se livre de problemas que podem prejudicar o crescimento da empresa.
Dinheiro não pode ser a motivação. Nem sua, nem do seu time
Muitas empresas e, consequentemente seus líderes, acreditam que o dinheiro é um elemento motivador para o desenvolvimento do seu negócio. Pior, algumas acreditam que se as pessoas ganhassem mais, iriam naturalmente aumentar o comprometimento com o trabalho, otimizando a produtividade e tornando-se mais motivadas. Nada mais ilusório!
A motivação é algo intrínseco do ser humano, um conjunto de emoções específicas, que não necessariamente tem a ver com dinheiro. Para conquistar esta conduta é preciso que o empreendedor tenha vontade genuína de mudar o mundo e as coisas ao seu redor. Juntar-se de pessoas que também pensam assim é fundamental para construir negócios que duram muito tempo.
Sem empolgação, sem progresso
Como você se sente em relação ao seu negócio? Você chega ao trabalho todos os dias animado com os novos desafios, ou você está irritado, cansado e sem ânimo? Seu trabalho ainda te motiva, ou você perdeu o contato com suas habilidades e interesses? Você se imagina comandando o seu negócio pelos próximos cinco, 10 ou 20 anos?
Estas são algumas das questões a serem feitas para descobrir se este é o momento certo de sair do negócio ou reinventá-lo. É fundamental prestar atenção nas suas mudanças de humor. Há uma grande diferença entre exaustão temporária e cansaço crônico – e o último é um sinal definitivo de que é hora de abandonar a ideia ou rever o que você está fazendo com a sua vida e com o seu negócio.
Créditos: Conteúdo originalmente publicado no site Administradores.